quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Vous me faites mal et m'a trompée...

Eu olhava sem jeito para sua boca. Ela se movia numa velocidade vagarosa, quase parando. 
A forma como ele falava, como me tocava, como seus beijos eram doces. Eu botei uma mexa do cabelo atrás da orelha tentando não parecer tão encantada com sua beleza.
Ele deu um sorriso meia boca e me beijou ardentemente. Eu retribui sem jeito, todos olhavam para nós. Ele mordeu meu lábio inferior e voltou a falar. Era algo sobre a bolsa de valores. Ele era alto, seus cabelos eram quase loiros, porém algumas mexas pretas e laranjas se destacavam, sua boca tinha um formato tão perfeito que era difícil acreditar que aquilo não era um sonho. Talvez fosse um sonho, eu estava tão fora de mim que não me surpreenderia acordar disso arfando.
Eu arfei quando ele me beijou na face da surpresa, corei ainda olhando para seus olhos verde-esmeralda. Tão grandes, tão vivos, tão intensos. Eu por muito pouco não babei. Ele sussurrou algo que eu não entendi e levantou indo na direção do banheiro masculino. Por mais que eu tentasse me recompor, eu não conseguia. Falar era quase impossível quando ele estava ao meu lado, respirava com dificuldade, e pensar? Eu nunca pensava quando estava com ele. Eu sempre fica feito uma boba, reparando em cada lufada de ar que ele soltava, em cada gesto que ele fazia, em cada palavra, mesmo que eu não conseguisse entender, eu amava o tom da sua voz, tão rouca e aguda e ao mesmo tempo imponente e sutil. Tudo nele era perfeito, as cores de sua cabelo a textura de sua pele. Eu precisei de alguns segundos para assimilar as coisas, ele não tinha ido ao banheiro e sim embora. Eu conhecia o cara há duas horas e há estava totalmente apaixonada, eu olhei para a cadeira ao meu lado onde minha bolsa deveria estar, mais não estava. Eu xinguei e levantei zonza. Eu estava completamente sozinha. Nem sequer sabia onde estava, por quê não prestará atenção no caminho para esse lugar, eu apenas acreditei nele. É o que todas fazem, acreditam. Porém as vezes algumas pessoas não são tão confiáveis quanto aparentam ser.

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