sábado, 14 de maio de 2011

Eu morri um milhão de vezes

E aqui estou eu, mais uma vez de joelhos no chão de pedregulhos, eles machucavam meus joelhos, porém eu não tinha coragem de levantar. Eu tinha certeza de que se eu fizesse não aguentaria mais de um segundo de pé. Meu coração antes transbordando de amor agora ardia em brasas, brasas essas que podiam ser denominadas de ódio, dor e esperança. Esperança de que ele de meia volta e corra em minha direção me abraçando e me jurando que tudo não passou de uma piada de mal gosto. Eu tinha a esperança de que eu acordasse arfando na segurança do meu quarto e que ao amanhecer ele bateria na minha porta com seu lindo e branco sorriso estampado no seu rosto de anjo. O frio era cortante, minha meu nariz ardia graças ao frio e eu sentia que meu corpo não estava reagindo muito bem a exposição ao frio. Eu sentia meu rosto pegajoso graças as lágrimas, eu levantei e me agarrei a maçaneta da porta, eu me virei e fitei a rua vazia e melancólica. Eu entrei dentro de casa sem fazer som, Mi dançou até minhas pernas e ronronou.
─Agora não minha Mi. ─Eu andei até o sofá e  cai ali mesmo. Duas semanas se passaram então eu tive coragem bastante para fazer o que era preciso. Eu parei na frente da porta de seu quarto, dentro dele eu vi o ronco dele, delicado eleve. Ele com certeza iria sentir agora. Eu abri a porta e entrei no quarto sorrateiramente, e sentei na beirada da cama dele. A faca rossou seu braço esquerdo delicadamente e eu o guardei dentro do bolso para prosseguir com meu plano. Eu puxei ele pelos cabelos e ele acordou atordoado.
─Você? O que você está fazendo aqui? ─Eu o silenciei eu abri a boca para falar, porém as palavras não saíram, eu a fechei e tentei novamente.
─Eu morri um milhão de vezes por você, porém agora você vai morrer apenas uma vez. Parece quer ser gato agora não muda muita coisa não é? ─Eu dei uma última olhada para ele, ele me olhava assustado então peguei a faca que descansava em meu bolso e cortei seu pescoço. O sangue espirrou sujando minhas mãos de vermelho, eu joguei a cabeça dele para o lado oposto da cama e sai do quarto. Limpei a faca na perna da calça e pulei pela janela que dava até o quintal da casa dele.
Agora ele vai poder dispensar as anjos, ou demônios. Eu ri alto enquanto entrava no meu velho Chevett, eu dei partida e fiquei feliz de me ver longe daquela triste e patética cidade. Eu olhei para o retrovisor e posso jurar que vi o seu fantasma com a cabeça na mão. Eu ri novamente voltando minha atenção para minha próxima vítima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário